Thursday, February 17, 2011
ARP PRO-DGX (texto em português)
A ARP foi fundada pelo engenheiro eletrônico Alan R. Pearlman em 1969 e, nos pouco mais de 10 anos de existência, fabricou mais de 20 modelos diferentes, alguns muito famosos como o ARP 2600, o ARP Odyssey, o ARP Solina String Ensemble e ARP Pro-soloist, surgido no início dos anos 70. O modelo PRO-DGX trata-se de uma espécie de re-edição (ou atualização) do Pro-soloist e foi fabricado entre 1977 e o final da empresa, em 1981. Existiram duas versões do PRO-DGX, Mk1 e Mk2, sendo que, do Pro-soloist para o Mk1 mudou basicamente a parte externa do teclado e alguns poucos componentes. Ja para o Mk2 (o modelo que eu tenho) houveram várias mudanças na sua parte eletrônica (o filtro é bem diferente do Pro-soloist), além da parte estética também, que incorporou o visual clássico dos sintetizadores ARP, com as cores laranja e preta.
Ele possui 30 timbres pré-programados acionados por switchers, sliders para controle de volume, corte de filtro (aqui chamado “BRILLANCE”), portamento e aftertouch (que pode ser ajustado para controlar o volume, vibrato, “wow”, “growl”, pitch bend e filtro). Possui também um knob para ajuste de velocidade do vibrato e da repetição. Tem 3 oitavas de extensão e suas 37 teclas vão de dó a dó. O teclado inteiro pode ser transposto uma oitava abaixo ou acima por meio de um switcher localizado ao lado das teclas graves. Na parte traseira do teclado existem duas saidas de audio (uma XLR e outra P10) e um jack para conexão de foot-switch para ligar/desligar o portamento.
Os timbre são divididos em dois bancos (A e B) e em sessões de sopro, cordas e efeitos. O interessante é que para acionar os timbres do banco A, aperta-se o switcher do respectivo som e para o banco B, aperta-se dois switchers ao mesmo tempo. Uma luz (verde para os timbres da esquerda e da direita e vermelha para os centrais) acende, indicando o som correspondente. Os sons são Bassoon, English Horn Oboe, Flute, Tuba, Trombone, French Horn, Cello, Violin, Bass, Piano, Banjo e Fuzz Guitar 1 (banco A) e Buzz Bassoon, Sax, Space Reed, Telstar, Song Whistle, Noze, Pulsar, Comic Wow, Mute Trumpet, Steel Guitar, Harpsichord, Space Bass, Steel Drum, Country Guitar e Fuzz Guitar 2 (banco B). Como todo o sintetizador pré-programado de fábrica, alguns timbres são muito legais, outros uma bela porcaria!
Os principais artistas que usaram o ARP PRO-DGX foram Linda McCartney (ela aparece tocando em um modelo Mk2 na música “So Bad”, do filme “Give my regads to the broad street” de 1984), o tecladista Steve Walsh, do Kansas (no disco ao vivo “Two for the show”, de 1978), a dupla electro-francesa dos anos oitenta Elli et Jacno (no clipe de “Main das la main”, de 1980) além da dupla formada pelo meu amigo Brian Kehew e por Roger Manning Jr. (os responsáveis pelo projeto The Moog Cookbook, nos anos 90).
O ARP PRO-DGX que está comigo hoje em dia eu troquei, em 2008, por um amplificador valvulado com meu amigo Emílio. Ele precisava do amplificador para o seu estúdio e eu queria o teclado, então foi muito simples a troca. O sintetizador tinha sido dele por mais de 10 anos, pelo pouco que me lembro. Achamos ele junto com um Roland Juno-60, em uma loja na cidade de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Eu comprei o Roland (infelizmente tive a idéia idiota de vende-lo no final dos anos 90) e o Emílio ficou com o ARP – pelo que sei, guardado no guarda-roupas dele este tempo todo! Por ele ter ficado parado muito tempo, precisei fazer uma limpeza geral nos contatos, mas foi só isso. Todas as capas protetoras dos sliders e o knob de vibrato/repeat são originais de fábrica e o teclado não tem nenhum arranhão no chassi. Até o adesivo que diz para ter cuidado com choque elétrico, quando for feito reparo no instrumento, esta intacto! O número de série do meu é 2731 - número que identifica o modelo apenas - 0257, ou seja, acredito que tenha sido um dos primeiros a ser fabricado deste modelo.
photos: Kay Mavrides
Gravei este video no dia 15 de fevereiro de 2011!
Thursday, February 03, 2011
ROLAND Compurhythm CR-78 (texto em português)
A CompuRhythm CR-78, da Roland, surgiu em 1978 e parou de ser fabricada em 1981 e foi a primeira “bateria eletônica” da empresa a utilizar microprocessadores Intel, que permitiam controle digital de certas funções. A grande diferença da CR-78 para as baterias eletrônicas anteriores feitas pela Roland (e pela Ace Tone, empresa que deu origem a ela) é que ela não somente oferece os ritmos presetados, como também permite a programação de novos ritmos, através do programador WS-1, vendido como opcional na época e hoje raríssimo. Na mesma época a Roland colocou no mercado a CR-68, cuja diferença era, basicamente, não ter esta possibilidade de programação.
Ela possiu um total de 34 ritmos diferentes, divididos em dois bancos (A e B), que podem ser somados uns aos outros. Uma característica legal deste instrumento é que, se voce pressionar um botão para trocar ou cancelar um ritmo somado, ela espera completar o compasso pra fazer esta mudança. Isto vale também para as viradas (fill-ins), quando o seletor estiver no modo manual. Muito útil e versátil para quem utiliza a CR-78 em tempo real!
No painel frontal, controles permitem cancelar vozes (cymbal/hi-hat, bass drum, snare drum e cowbell/claves), aumentar ou diminuir o volumes do “tambourine” e do “guiro”, adicionar “ring modulation” (nomeado “metallic beat” na CR-78), alterar o balanço entre graves e agudos e escolher entre os fades do inicio e final da musica serem longos, curtos ou inexistentes. Não existe controle digital para o tempo, apenas um knob simples, mas a CR 78 aceita clock externo para controlar o tempo. Uma luz indica o tempo forte do compasso (quando ela esta operando com o clock externo, tanto a luz quanto o knob de tempo não funcionam).
Alguns dos nomes que usaram este modelo em suas gravações foram: Phill Collins (na música “In the air tonight”), Blondie (a introdução de “Heart of Glass”), Roxy Music ("Same old scene”), Ultravox (com algumas modificações feitas por Warren Cann e utilizada no hit “Vienna”), The Glove (o projeto paralelo de Robert Smith, do The Cure, com Steve Severin, do Siouxie and the Banshees, no seu único disco, Blue Sunshine, de 1983), Hall & Oates (“No can do”, “Private Eyes” e “Kiss on my list”, entre outras), OMD (“Enola Gay”), Grace Jones (na sua versão para “La vie en rose”), Annie Lennox (“No more I love you”), John Foxx (foi utilizada em todo o disco “Metamusic”, de 1980) e Gary Numan (no disco “Telekon”, também de 1980). No encarte do disco “You’ve come a long way, baby” (1998) do Fatboy Slim, aparece uma CR 78 entre outros tantos equipamentos legais.
Comprei a minha no segundo semestre de 2006. Alguns anos antes, o Fernando Bohrer, ex-colega de banda do meu amigo Felipe Messa, nos Pupilas Dilatadas, comentou que tinha bateria eletrônica Roland, antiga, em um estudio em Porto Alegre e que, provavelmente, nunca tinha saído de lá, pois estava em ótimo estado. Lembrei desta conversa e liguei para ele, pedindo para que a enviasse para São Paulo, quando o Felipe Messa viesse novamente para cá. Ele trouxe e, quando abri a caixa que a embalava, quase não acreditei quando ví o estado de nova da bateria, só estavam faltando as capinhas de alguns sliders. Mas a surpresa maior foi que o Fernando Borhrer havia guardado e enviado junto o manual original dela! A única modificação feita na minha CR-78 foi a adição de uma chave seletora de voltagem na parte traseira. O numero de serie de minha é 893988.
photos: Kay Mavrides
Este video eu gravei no dia 30 de janeiro de 2011 para demonstrar um pouco da minha Roland CompuRhythm CR-78!
Roland CompuRhythm CR-78 owner's Manual:
http://rvgm.site90.net/Manuals/Roland/Roland%20CR-78%20Owner's%20Manual.pdf
Este aqui é um anuncio original da época, que achei na internet:
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